segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Alice

Acordo sentindo dores devido as unhas em forma de garras que, cada vez mais, penetram no meu rosto. Num movimento automático, tiro a mão da minha pele com um golpe rápido jogo o assassino do outro lado do quarto e deixo a mostra seus cabelos da cor de sangue, que antes eram escondidos pelo capus. Olho para o relógio, são 3:00, percebo que ninguém nessa casa vai acordar agora, meu instinto me diz para gritar. Quando vejo a assassina se aproximando, e junto com ela minha morte, me desespero, e cedo, tento gritar,porém nada acontece, Forço minhas cordas vocais até não ter mais fôlego e, ao perceber que nenhum som foi proferido, tenho vontade de desistir, de aceitar a morte como uma velha amiga. O sorriso sádico nos lábios dela me fazem querer voltar a lutar, é o que eu faço. Me levanto da cama, ao que ela me dá um soco na mandíbula e me faz cair no chão. Em poucos segundos estou de pé novamente, de modo a esquecer a dor latejante que invade minhas têmporas, dou-lhe um soco na barriga e, quando ela cai no chão uma sequência de, aproximadamente, seis chutes. Quando penso que finalmente a nocauteei, ela segura minha perna com uma força sobrenatural e me joga no chão. Com uma velocidade impressionante, ela se levanta, consideravelmente mais rápido do que eu poderia, sequer, imaginar e me golpeia com o skate que repousava sobra a minha mesa de cabeceira, tudo se apaga. Acordo alguns minutos depois, a dor latejante na cabeça e sinto o gosto de sangue na minha boca, provavelmente, proveniente do machucado causado pelo skate. Estou amarrado na cama. "Eu estou amarrado na merda da cama!" penso. Ela se senta sobre mim, sem o capus e, nesse momento posso ver seu rosto. A boca costurada e os machucados sangrando no rosto me assustam. Ela tira uma faca da calça e a pousa sobre minha bochecha, passando lentamente para a minha garganta. "Não!" penso "Sem medo Alice." Ela corta minha garganta, eu vejo um pouco do meu sangue espirrar em seu rosto e é o fim.
Acordo alarmada, me vejo livre na cama e penso "Foi apenas um sonho Alice", o terror se dissipa dentro de mim. Enxugo uma lágrima no rosto enquanto me viro para ver as horas. São 2:59, me deito fecho os olhos e sinto uma dor latejante no rosto.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

High School Doesn't Looks Soo Cool Now

Acordo e vejo Rick, que dorme ao meu lado. Uma mecha de cabelos ruivos atrapalha a minha visão e eu os tiro do meu rosto. Tudo ao meu redor gira, minhas têmporas latejam e, Deus, quando eu virei mais uma puta de High School?! Desde que minha aparência mudou, tudo mudou, "Como se uma tinta de cabelo, uma maquiagem e um par de lentes de contato mudassem quem você é" disseram. Eu acreditei, mas agora vejo que nada era assim... Pensar que eu passei a noite passada inteira bebendo vodca e fumando maconha me da nojo de mim mesma, mas não há nada que eu possa fazer, nojo não concerta as merdas que eu provavelmente fiz noite passada, nojo não garante minha entrada no céu. Uma risada abafada escapa pelos meus lábios, céu. Eu ainda acredito em céu? Talvez eu não tenha mais crenças, talvez Deus exista, talvez não. De fato, há algo que não pode ser discutido: os flashes que eu me lembro da noite passada não me deixam ignorar que existe, sim, um Inferno com I maiúsculo, e é para lá que eu vou. Como eu era ingênua, achava que High School mudaria radicalmente minha vida. Pode-se dizer que, de fato mudou, mas para pior. Tudo era ruim quando eu era simplesmente mais uma nerd, com óculos quadrados e sem maquiagem, mas quando eu virei... Isso, tudo piorou. Festas, sexo, drogas e álcool parecem mais legais em American Pie do que realmente são. Rick acorda, olha pra mim e interrompe meus pensamentos "Deus,você é linda até de manhã." eu reviro os olhos com desdém e retruco "Essa é a melhor cantada matinal que você tem? Pode até funcionar com a sua namorada, ms comigo não." eu termino de passar o batom vermelho-sangue em meus lábios, arrumo meus cabelos, fecho o espelho do carro, e digo, um tanto hostil "Agora anda, sai do meu carro." ele me olha com espanto e diz "Não!" Percebo que ele não vai sair então digo "Eu tenho uma surpresa para você, mas tem que ser do lado de fora" me forço a esboçar meu melhor sorriso malicioso, e parece funcionar. Rick sai e eu o sigo. Me jogo em cima dele e beijo-o ferozmente enquanto procuro minha adaga escondida na meia-calça. Quando encontro a adaga, finco-a em sua barriga, tendo o prazer de sentir a carne rasgar e o sangue escorrer pelas minhas mãos. Boto o corpo numa cova improvisada que eu acabei de cavar e me desfaço de Rick. A culpa invade minha mente e eu afasto-a . Agora sou uma assassina. É impossível negar o prazer que matá-lo me rendeu... Ligo o carro e sigo, em busca da próxima vítima