sexta-feira, 18 de julho de 2014

Carrossel

Nos somos como crianças em um carrossel
Vemos as luzes girando e girando
Nunca nos dando a oportunidade de sair
Vemos a vida passar como luzes em um carrossel
Presos
Impotentes
Sem poder interferir no destino
Presos em nossas próprias mentes
Chances perdidas
Tempo perdido
O que me resta fazer é sentar
E esperar a vida passar
Esperar o carrossel acabar.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Alice

Acordo, sentindo as dores provenientes de estar jogada de maneira desleixada sobre uma cadeira que eu não reconheço de maneira alguma. Lembro-me de chegar em Wonderland e depois... nunca se sabe, minha memória é um espaço em branco. O desespero explode dentro de mim, senti minhas têmporas começarem a latejar e, em um movimento cansado, eu as massageio com as pontas dos dedos.
Corro desesperadamente por um caminho extenso e confuso até dar de cara com a rainha. A Rainha de Copas. Passo as mãos por minhas costas, em busca de minhas flechas e percebo: não estou em casa e se não agir rapido vou perder essa luta.Vejo que um movimento rápido é mais adequado e, com isso, levanto minha mão e logo sinto o atrito entre a mesma e o rosto da Rainha. Seu corpo vai de encontro ao chão e eu a chuto algumas poucas vezes, de modo a nocautea-la e imobilizá-la.
Corro sem rumo, como sempre desde que estive aqui. Digo, como na primeira vez que vim a Wonderland e como suponho que tenha sido dessa. Livre, mas ao mesmo tempo a procura de ajuda.
Meus olhos começam  a lacrimejar e acelero em minha corrida, deixando as lágrimas serem carregadas pelo vento e deixando um rastro atrás de mim. Não seria fraca e ingênua como da primeira vez. Há muito deixei de acreditar que esse é meu lar. É, na verdade... minha prisão.