domingo, 17 de agosto de 2014

Papéis Rasgados

Ando pela casa que ficou melancólica após a sua saída, tropeço em papeis jogados no chão e os reconheço: são cartas de amor, esboços do sentimento que eu tive por você e que, agora está como esses papéis: jogado e desprezado, sem nenhum valor. Abro um livro na minha estante, o seu favorito e seu cheiro me inunda. Me jogo no chão e meus olhos se enchem em pranto. Ao cair me deparo com a letra impressa da sua música favorita, não tem a letra mais linda ou a melhor melodia mas me traz boas lembranças... "Quanta porcaria eu guardo." Penso enquanto uma lágrima atinge minha boca. Caio no sono e acordo com um calafrio começando na minha nuca e percorrendo todo o meu corpo. Por um momento tenho a ilusão de que é você, mas isso vai passa, junto com o vento que balança minhas cortinas. Quando percebo que te perdi o pânico percorre todo o meu corpo e eu me levanto e um grito ecoa no apartamento vazio. Desisto de sofrer quando finalmente percebo que o sentimento que cultivávamos não passa de mais um papel rasgado.