Tudo parecia normal. Mais um dia, eu caminhava perto da floresta do distrito 12. De repente acordei, lembro vagamente do que acabara de acontecer. Sussurro o nome da Bia, mas ela não responde, talvez nem escute. Será que estarão todos mortos?! Não pode ser, também fui atingido por um dos tiros, e se me lembro bem, eram de borracha. Levantei sem medo de ser atingido, eu não me importo, não faz diferença... Todos dormindo, menos Alice. Nós compartilhávamos da mesma resistência a substâncias como a das simulações do medo pela qual éramos submetidos ao entrar no distrito 2. Nossa divergência dos demais membros do distrito. Eric estava atrás de mim, talvez até soubesse da minha divergência, ele levou minha família. Provavelmente estão todos mortos. Ao pensar na minha família, eu levo os três dedos médios a boca e os levanto, estendendo o braço. É um sinal de respeito, tristeza ou admiração no meu distrito. Fui designado ao 12 após passar pelo teste de aptidão. A mulher alta de cabelos negros que deveria confirmar minha aptidão para o distrito 12, só detectou minha divergência. Escolhi o 2. Talvez a escolha mais estúpida da minha vida porque o 2 é o mais agressivo. Somos treinados arduamente para ser lutadores em uma espécie de competição. Fui o número 1.
"Vá para o primeiro andar, eu vou para o terceiro. Salve os divergentes e boa sorte.". Pisco o olho direito para Alice e ela me retribui. Pego uma arma da cintura da mulher do distrito 8 morta em combate e subo. Escuto a voz de Eric dizendo "Mais uma! Levem essa!" ao encontrar uma divergente. Dois homens aparecem e a puxam pelo cabelo até o elevador. Sinto uma pontada de medo. Perco o medo quando lembro de minha família. Levanto e atiro.
Obs.:Texto em duas partes para não ficar grande demais, espero que gostem.
